quarta-feira, 7 de abril de 2010

SANTA CASA DA MESIRICÓRDIA DE BELMONTE

Plano de reestruturação da Misericórdia em marcha. Passivo é de dois milhões e meio de euros
Os irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte aprovaram na passada quarta-feira, 31 de Março, à noite, as contas da instituição relativas a 2009, numa Assembleia longa em que os dias difíceis pelos quais a Santa Casa passa foram amplamente discutidos. E em que se ficou a saber que a Provedoria tem em marcha um plano de reestruturação de modo a “endireitar” aquela casa.
“A situação da Misericórdia não é fácil, mas vamos conseguir equilibrar as contas” confia o Provedor, João Gaspar, que assume que se vai acabar “com tudo o que não for rentável à instituição”. O passivo da Santa Casa estará, diz, em cerca de dois milhões e meio de euros, mas ano após ano tem-se acumulado prejuízos. “Isso não pode continuar a acontecer” afirma João Gaspar, que acredita ser “possível eliminar tudo o que dá prejuízo”. Os primeiros passos passarão pelo fecho da padaria da Santa Casa e pelo fim das empresas de inserção existentes, como por exemplo na agricultura. “Destas, ainda temos a receber 65 mil euros por parte do Centro de Emprego” denuncia, revelando haver três interessados na aquisição do equipamento da padaria. Ou seja, poderá vender-se a mesma e esta continuar a laborar.
Para já, na passada semana a Irmandade aprovou a venda de património por parte da instituição. São seis prédios urbanos para venda (dois em Belmonte, um no Fundão, outro na Amadora, um na Covilhã e edifício da padaria) e um rústico, nas Inguias. Se a venda “correr bem”, a Misericórdia conta encaixar cerca de 300 mil euros no imediato, uma verba que seria “muito importante” para a actualidade da instituição. Será “uma grande ajuda para termos os ordenados em dia e pagarmos a fornecedores” diz. Mas para além dos postos de trabalho extintos com o fim das empresas de inserção, haverá mais despedimentos. “Mais 16, a breve prazo” aponta João Gaspar, que revela que, por exemplo, na secretaria “só ficam quatro pessoas. Não podemos ter uma pessoa a mais num serviço em que não seja necessário” afirma. Garantindo que “não há ordenados em atraso”, mas apenas a dívida “do subsídio de Natal”, Gaspar diz que a Santa Casa simplesmente “paga mas atrasado”.

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