quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

RECUPERAÇÃO DE CASAS NO CENTRO HISTÓRICO

Oposição na Câmara propõe parcerias público/privadas para recuperar casas em ruína no centro da vila
É, provavelmente, em termos de traça e arquitectura, dos edifícios mais bonitos e emblemáticos do centro da vila de Belmonte. Bem junto à estátua de Pedro Álvares Cabral, os azulejos que fazem parte da fachada do antigo café central não passam despercebidos aos visitantes. “É muito bonito. Mas é pena que esteja assim” frisa Luísa Dias, 37 anos, que visita Belmonte pela primeira vez, vinda de Lisboa.
A situação de alguns edifícios no Centro Histórico de Belmonte foi levantada na passada quarta-feira, 17, pelos vereadores da oposição PSD na Câmara. Apesar de haver casas que são bons exemplos de recuperação patrimonial, em especial aquelas que são feitas em pedra, algumas que beneficiaram de apoios ao abrigo de programas para as Aldeias Históricas, outros casos há em que os edifícios, de tão degradados que estão, ameaçam até ruir a qualquer momento. Há pouco tempo, os vereadores Luís António Almeida e Jorge Amaro, do PSD, levantaram o problema da casa onde está a mais antiga barbearia da vila. E na última quarta-feira, apontaram casos como o do antigo café central, ou de casas no largo António José de Almeida (antiga praça dos táxis), Rua Pedro Álvares Cabral ou Rua da Fonte da Rosa, na antiga judiaria, junto à Sinagoga. Jorge Amaro pediu ao executivo que proceda à vistoria de alguns edifícios e até que se proceda à demolição de casas que representem perigo para a população. “Para além de perigosos, dão uma má imagem” afirma o vereador social-democrata. Como sugestão , Amaro propôs à Câmara que se estabelecem parcerias público/privadas de modo a solucionar alguns destes casos.
Na resposta, Amândio Melo questionou Amaro se não haveria algum daqueles casos que até dissesse directamente respeito ao vereador, informou que em alguns casos já foram efectuadas vistorias, que os proprietários já foram notificados, mas que muitas vezes a reabilitação das casas não avança por problemas como heranças ou o facto dos donos não terem dinheiro para efectuar obras. “Há edifícios que até foram sobrecarregados no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para ver se as pessoas fazem alguma coisa, mas isto são questões sempre demoradas” afirma. Quanto à sugestão apresentada por Jorge Amaro, Amândio Melo garante que a autarquia “não irá assumir o papel de empresário ou empreiteiro nesse assunto”.

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