domingo, 18 de março de 2018

Pelourinho de Belmonte

o Pelourinho de Belmonte foi derrubado no século XIX, por ocasião da remodelação do largo onde se ergue, em 1885, e as peças que restavam, encontradas em 1975, foram remontadas em 1986, incluindo elementos feitos de novo. 
Ergue-se sobre base moderna, datada da reconstrução, constituída por três degraus octogonais. Sobre estes destaca-se uma singela coluna em granito, lisa, composta por quatro tambores, sobre a qual assenta um alto cilindro, ao modo de capitel, ostentando numa das faces uma "tabuinha" com a representação de uma prensa de azeite. 
A prensa aí representada é origem de uma lenda local, relatando como uma criança de Belmonte, filha de um dos alcaides (descendente de Luís Álvares Cabral), foi raptada e morta, num máquina semelhante, por inimigos que haviam cercado o castelo, visto seu pai se recusar a entregá-lo.
Ainda que a lenda careça de fundamento, parece aludir à verdadeira simbólica do instrumento, evocando a mitificada fidelidade dos Cabrais. A prensa figurava no brasão de D. Fernão Cabral, alcaide-mor de Belmonte, pai do navegador, e representava o rigor com o qual este desempenharia o seu cargo, administrando e aplicando justiça nas terras da Beira e Riba-Côa, e nas comarcas de Viseu e da Covilhã, à qual pertencia a vila. A prensa foi tomada como emblema do Concelho e apresentada em vários locais do burgo, tal como nas suas portas públicas e fontes, restando apenas a figuração do Pelourinho e uma outra, na Igreja de Santiago, onde está o panteão dos Cabrais, entre vários outros testemunhos da sua acção em Belmonte. 

http://www.patrimoniocultural.gov.pt

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